Vamos falar sobre Bullying e entender os motivos
Parece coisa de série de Tv e até mesmo de novela. Mas a verdade é que muitas crianças e adolescentes sofrem calados enquanto tentam enfrentar ou passar pelo Bullying. Derivando da palavra em inglês “bully” que significa tirano ou brutal, o Bullying consiste em um ou mais agressores que comente violência verbal e/ou física contra outra pessoa no qual consideram “alvos fáceis”, por geralmente, não apresentarem recursos de enfretamento sejam internos, sejam externos.
Os motivos podem ser diversos, mas geralmente os agressores apontam características físicas como pontos de partida para comentários e ofensas.
Precisamos ter bem claro o que diferencia uma brincadeira comum de um Bullying. Toda brincadeira fica inserida em um contexto especifico e não há incomodo por quem recebe a brincadeira, há um mutuo entendimento das intenções sem danos ou desconfortos. O Bullying, entretanto, se caracteriza por seu um ato que ocorre de maneira sistemática, independente de contextos específicos, em que causa dor e sofrimento para o sujeito alvo, no qual o agressor conscientemente busca causar desconfortos e humilhações ao outro.
O bullying também pode ocorrer de modo silencioso, em que a agressão não se mostra direta a vítima, porém, ela se dá na exclusão, nos olhes, e nas risadas dentro de rodas de conversas, nas mesas do refeitório e nas salas de aula.
Tipos de bullying:
– Cyberbullying: Quando ocorre através de tecnologias da informação, sejam por redes sociais (facebook, twiter, etc), e-mails, ou mensagens de textos em grupos de whatssap entre outros.
– Verbal: São as agressões através do discurso ofensivo, em que se insulta e se inventam “apelidos”.
– Moral: Associado ao verbal, mas que vai contra a moral da vítima, através de difamações, boatos, fofocas e calunias.
– Psicológico: Quando há prejuízo a vida psíquica da pessoa, através de chantagens, manipulações, ameaças, pereseguições.
– Físico: Quando de fato envolve contato corporal, agressão física, através de chutes, tapas, empurrões, e até uso de armas brancas.
– Material: Quando há dano ao bem material do outro, como furtos, destruição de objetos pertencentes a vítima.
– Sexual: Quando a ações por meio de abuso e assédios sexuais.
Precisamos estar atentos ás mudanças bruscas de comportamentos de nossos filhos. Sinais como recusa de ir à escola, tendência ao isolamento social e familiar, falta de apetite ou aumento, queda no desempenho de suas atividades, entre outros podem indicar que algo não vai bem. E não somente em situações em que eles estejam demonstrando sofrimento, mas também em situações em que eles demonstram agressividade, como comentários preconceituosos, indiferença, soberba e oposição, pois estes sinais indicam que algo também não está bem, e que podem se desdobrar de maneira negativa em seu meio social, podendo então seu filho se tornar o agressor. Nesses casos os pais precisam ter coragem para enxergar e também buscar ajuda.
Tanto agressor quanto a vítima apresentam sofrimento. O agressor busca extravasar sua própria dor e desamparo jogando para o outro a sua frustração, e isso se dá pela agressão. Há uma necessidade de tirar o foco da dor de si mesmo e por isso despeja em outra pessoa a sua raiva (a raiva do desamparo, do desamor). É preciso, primeiro, identificar o agressor; segundo entender seu contexto social, familiar e subjetivo, para poder acolher seu sofrimento; terceiro estabelecer de maneira clara e firme (consistente) os limites e as consequências de seus atos, conscientizando os danos que ele causa a si e aos outros, pensando em dinâmicas em que o jovem possa participar de modo ativo colaborando com seus amigos e com sua sociedade (nesse caso em sua escola, nos lugares onde ele transita).
A vítima precisa ser ouvida, acolhida e fortalecida. Isso dá entendendo quais seus medos e inseguranças, mostrando suas qualidades, seus potenciais. Geralmente pessoas que sofrem bullying tendem a acreditar que não possuem qualidades, ou que as palavras proferidas por seu agressor são verdadeiras, e por isso não encontram forças para enfrentar as agressões. As vítimas podem sofrer com depressões, desânimos, autoimagem deturpada, sentimentos de medo e desesperança, que se arrastam até a vida adulta e se esbarram em diversos âmbitos de sua vida ao longo de sua trajetória. As consequências podem ser enormes quando não visto a tempo, como dificuldades em se relacionar, de criar, começar novos projetos e amizades, distúrbios alimentares e em casos mais graves o suicídio (dependendo da estrutura psíquica do sujeito).
As medidas contra o bullying devem se estender aos sujeitos protagonistas (vítima e agressor), aos pais, a escola e a sua comunidade como um todo. Dinâmicas, exercícios, conversas e monitoramento devem ser estabelecidos para que haja menos sofrimento e mais saúde emocional na sociedade.
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