Nós, adultos, sempre temos dificuldade em identificar ou expressar nossas emoções e sentimentos. Imagine as crianças! Infelizmente, a depressão infantil se tornou um problema crescente na sociedade, e como os pequenos não sabem ou não conseguem externar o que se passa na cabecinha deles, cabe aos pais, professores e pessoas próximas observarem.
As principais mudanças aparecem no comportamento, pois essa é a forma que a criança tem de pedir ajuda. Aspectos como se negar a comer, exagerar na pirraça, chorar sem algo aparente ter acontecido, apatia e medos, entre outros conjuntos de características podem indicar um estado depressivo na infância. Portanto, esteja atento e, antes de julgar ou brigar, procure entender o que está acontecendo.
Mesmo as crianças mais quietas ou tímidas são desbravadoras do ambiente. Ainda que não sejam de falar muito ou “fazer bagunça”, como costumamos dizer, é próprio delas mexer em objetos, querer descobrir como as coisas funcionam e estar sempre “inventando algo”. Isso é parte de um desenvolvimento saudável.
É de extrema importância estarmos atentos a mudanças bruscas no comportamento e na personalidade da criança.
Sintomas de depressão infantil
Como citado anteriormente, os sintomas aparecem como alterações no comportamento da criança, tais como:
- Tristeza profunda;
- Dores no corpo sem motivo;
- Medo de tudo;
- Necessidade exagerada de estar com a mãe;
- Postura sempre agressiva/defensiva;
- Perda de apetite;
- Inquietação durante o sono ou insônia;
- Mau desempenho na escola;
- Falta de vontade de brincar com os amiguinhos;
- Ficar sempre isolado, “escondido” no quarto.
Causas da depressão infantil
A depressão é uma doença multifatorial. Isso significa que não há um único motivo para que ela apareça. Porém, como a população infantil é muito dependente de outras pessoas (pais, cuidadores, professores), na maioria dos casos, de alguma forma, o transtorno está ligado a uma questão afetiva.
Assim, além dos sintomas propriamente ditos, a psicologia infantil considera o histórico familiar de saúde mental (fatores genéticos), a presença de problemas ou dificuldades no ambiente domiciliar e escolar (aspectos psicossociais), possíveis alterações no sistema nervoso (características biológicas) e questões ambientais como exposição à violência, condições extremas ou abusos.
Separação dos pais, troca de escola ou endereço, perda de entes queridos e até animais de estimação podem desencadear a depressão infantil. Alguns estudos também apontam que indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são mais propensos a desenvolver doenças como depressão, ansiedade e epilepsia.
Devo procurar um psicólogo?
Sem dúvida! É errado pensar que crianças não têm problema porque sua vida é livre de obrigações. Pelo contrário: muitas delas são mais sensíveis que nós por ainda estarem aprendendo sobre a vida, os relacionamentos, e as coisas ruins que podem vir a acontecer.
Se o diálogo e as tentativas de reverter a situação (aumentar tempo com eles, conversar mais, ser menos rígido) não funcionarem, procure ajuda. O psicólogo tem uma maneira própria de abordar a criança e identificar o que ela está sentindo. Além disso, por ser alguém que não faz parte de suas relações sociais cotidianas, seu filho poderá se sentir mais seguro e à vontade para expressar o que sente.
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